O governo corta direitos quase que diariamente dos trabalhadores. Diz não ter como manter o Estado, apesar dos altos impostos que são cobrados da população. Mas, o banco espanhol divulgou o seu balanço de 2019 com lucro maior ainda do que o obtido no ano anterior. Como o banco lucrou tanto? Demitiu trabalhadores e esfolou com tarifas seus clientes pobres (o banco não cobra tarifas dos endinheirados). No dia 5 de fevereiro será a vez do Bradesco e, no dia 10, do Itaú. Com a mesma “receita”, os valores também devem ser exorbitantes e, com crescimentos vergonhosos de tão altos.

O lucro do Santander no Brasil foi tão alto que representou 28% do resultado global (€ 8,252 milhões, ou R$38,31 milhões), com o quadro de funcionários sendo reduzido ainda mais e as tarifas registrando aumentos. Para se ter uma ideia da exploração dos clientes, a receita com a prestação de serviços gerou R$18,7 bilhões ao banco, crescimento de 8,1% em um ano, cobrindo quase três vezes (196,8%) as despesas com pessoal. O constante aumento de receita com tarifas bancárias mostra que não apenas os funcionários, mas os clientes também sofrem com a sanha por lucro do Santander

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Segunda, 14 Outubro 2019 13:44

INFORMALIDADE: é POSSÍVEL MUDAR

Trabalhar é um direito. É por meio do trabalho que mulheres e homens produzem a riqueza e geram renda, base para o desenvolvimento da vida em sociedade. É função social da economia gerar oportunidades de trabalho para todos. Na sociedade moderna, a luta pela proteção ao sujeito que trabalha gerou mudanças importantes. Coube ao Estado, como finalidade, promover regras e condições para a proteção do trabalhador diante dos problemas de saúde e de impedimentos para o trabalho, prover renda, por ocasião da aposentaria, auxiliar diante do desemprego, colocar limite à jornada de trabalho, definir uma base salarial mínima, garantir qualidade nas condições e relações de trabalho, entre outros direitos. Um trabalhador é formal no sistema porque tem direito a estas proteções e, inclusive, contribui para que elas existam. Entretanto, aqui no Brasil e no mundo, há milhões que não contam com esse tipo de proteção. O princípio constitucional do direito igual para todos não é cumprido e homens e mulheres trabalham sem contar com a proteção do Estado. A presença no mercado de trabalho, nesta condição, é denominada cotidianamente de informalidade. O DIEESE é uma organização técnica criada pelos trabalhadores, financiada e dirigida pelo movimento sindical brasileiro. Tem, por definição, a atribuição de atuar para mudar essa realidade. É com esse objetivo que dirigentes e equipe técnica da entidade atuam, pois acreditam que os problemas devem ser enfrentados e transformados e, para isso, são necessários conhecimento, propostas e ação.
Partindo dessa premissa, o DIEESE concebeu esse projeto para criar oportunidades de mudança, ou seja, para permitir a saída da situação de informalidade, tendo por alicerce o diálogo social. Com o apoio inestimável do BID e a participação das Centrais Sindicais e de sindicatos, ministérios, prefeituras, governos, organizações empresariais, entre tantos outros, têm sido promovidas muitas ações que estão ajudando a melhorar a vida das pessoas e das comunidades. O direito passou a fazer parte da vida delas, porque elas passaram a promover a própria cidadania.
Estamos concluindo esse primeiro ciclo de experiências concretas. Trabalhadores, empresários, governos, entre outros, interagiram e atuaram em espaços de diálogo com o objetivo de enfrentar as causas que geram a informalidade e promover mudanças. Nesta publicação, relatamos todas ações e compartilhamos a visão de que é possível fazer mais. Essa experiência está aberta para ser usada por todos que comungam do sonho de mudar essa realidade de exclusão e promover o direito à proteção social de quem trabalha.
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Em meio ao assustador percentual de 11,8% de desempregados no Brasil até o final de agosto, conforme diz o relatório da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) e divulgada pelo IBGE, junto das dificuldades de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), com as estimativas reduzidas pela equipe econômica do Presidente Jair Bolsonaro somando abaixo do 1% de evolução, os bancos são as únicas instituições que não são ameaçadas pela crise financeira instalada  no país desde 2015, e seguem alavancando resultados semestrais em cima das taxações de serviços prestados e juros.

O Bradesco, Santander, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Itaú representam o grupo dos cinco maiores bancos no país, e de acordo com Dieese, eles somam juntos R$46,34 bilhões em lucro líquido somente no primeiro semestre de 2019, resultado este, que confirma o crescimento em 20% comparado ao mesmo período do ano anterior.

Apesar desse exorbitante resultado somado, a responsabilidade social que costuma ser empregada em anúncios e propagandas dos bancos, pouco é praticada no cotidiano. O Itaú, BB e Caixa fecharam juntos mais de 4 mil postos de trabalho em doze meses, de acordo com a Contraf-CUT. Ignorando a saúde dos bancários, a segurança e condições de trabalho, os bancos priorizam os investimentos virtuais, multiplicando os serviços de funcionários nas agências, aumentando os casos de trabalhadores adoecidos por esforços nos bancos.

Além disso, as instituições financeiras colecionam multas do Procon. Segundo próprio órgão no Rio de Janeiro, em 2019 esse grupo, com exceção da Caixa Econômica, já foi alvo de reclamações como: golpe do boleto, falta de segurança dos canais eletrônicos, tempo extrapolado de clientes esperando atendimento, entre outras punições e advertências nesses nove meses.

Contudo, o paralelo universo dos bancos coloca o Itaú na liderança do ranking de lucros com R$13,9 bi, seguido pelo Bradesco que soma R$ 12,7 bi. O Banco do Brasil é o terceiro maior e tem R$8,7 bi. Já o Santander tem R$7,12 bi e a Caixa R$3,92 bi. Estas instituições representam uma bolha imune à crise que afeta as mais diversificadas camadas da sociedade brasileira.

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