Em meio ao assustador percentual de 11,8% de desempregados no Brasil até o final de agosto, conforme diz o relatório da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) e divulgada pelo IBGE, junto das dificuldades de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), com as estimativas reduzidas pela equipe econômica do Presidente Jair Bolsonaro somando abaixo do 1% de evolução, os bancos são as únicas instituições que não são ameaçadas pela crise financeira instalada  no país desde 2015, e seguem alavancando resultados semestrais em cima das taxações de serviços prestados e juros.

O Bradesco, Santander, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Itaú representam o grupo dos cinco maiores bancos no país, e de acordo com Dieese, eles somam juntos R$46,34 bilhões em lucro líquido somente no primeiro semestre de 2019, resultado este, que confirma o crescimento em 20% comparado ao mesmo período do ano anterior.

Apesar desse exorbitante resultado somado, a responsabilidade social que costuma ser empregada em anúncios e propagandas dos bancos, pouco é praticada no cotidiano. O Itaú, BB e Caixa fecharam juntos mais de 4 mil postos de trabalho em doze meses, de acordo com a Contraf-CUT. Ignorando a saúde dos bancários, a segurança e condições de trabalho, os bancos priorizam os investimentos virtuais, multiplicando os serviços de funcionários nas agências, aumentando os casos de trabalhadores adoecidos por esforços nos bancos.

Além disso, as instituições financeiras colecionam multas do Procon. Segundo próprio órgão no Rio de Janeiro, em 2019 esse grupo, com exceção da Caixa Econômica, já foi alvo de reclamações como: golpe do boleto, falta de segurança dos canais eletrônicos, tempo extrapolado de clientes esperando atendimento, entre outras punições e advertências nesses nove meses.

Contudo, o paralelo universo dos bancos coloca o Itaú na liderança do ranking de lucros com R$13,9 bi, seguido pelo Bradesco que soma R$ 12,7 bi. O Banco do Brasil é o terceiro maior e tem R$8,7 bi. Já o Santander tem R$7,12 bi e a Caixa R$3,92 bi. Estas instituições representam uma bolha imune à crise que afeta as mais diversificadas camadas da sociedade brasileira.

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