Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), sindicatos e a COE (Comissão de Organização dos Empregados) do Bradesco cobram da direção do banco explicações sobre o fechamento de 115 agências, anunciado na semana passada. O banco promete que vai m realocar todos os trabalhadores. Ainda segundo a instituição financeira, nem todas agências serão fechadas, boa parte delas serão transformadas em unidades de negócios. Apenas serão fechadas as agências que forem muito próximas de outra.

“Nos preocupa profundamente a redução de agências físicas porque isso tem resultado em demissões nos bancos e acabam sobrecarregando os bancários que ainda estão nas agências que sobram nesta terrível reestruturação. E os clientes e toda a população são prejudicados com a piora no atendimento e o constrangimento que o Bradesco tem feito empurrando a clientela para correspondentes bancários ou plataformas digitais. Por isso da nossa campanha contra estas práticas do banco em defesa do emprego da categoria”, disse o diretor do Sindicato e membro da COE, Leuver Ludolff.

Mudança de nomenclatura

Os representantes dos trabalhadores também questionaram sobre a mudança na nomenclatura dos cargos, desde o último sábado (1º), tema divulgado em matéria da ve4rsão impressa do Jornal Bancário desta semana. Os atuais Escriturários passaram a ser Agentes de Negócios e os Caixas serão Agentes de Negócios/Caixa. O Bradesco alega que a mudança é mera alteração e adequação da nomenclatura utilizada no mercado de trabalho, sem mudanças em relação a salário e jornada de trabalho. Mas, os bancários contestam e denunciam que houve revisão de acesso dos escriturários a alguns outros serviços, elevando a sobrecarga de trabalho e acúmulo de função.

Também teve alteração no desenho da trilha de carreira, possibilitando atalhos. As mudanças foram realizadas em todo o país, com exceção ao Agente de Negócio/Caixa, que não existe em algumas agências.
A COE enviou um ofício com pedido de marcação de uma reunião ainda em outubro. O objetivo é retomar a discussão da minuta específica de reivindicação, além de aprofundar a discussão de outros temas de interesse dos trabalhadores do Bradesco.

"A indignação dos bancários é que o Bradesco e demais instituições financeiras não têm razões para reduzir custos com extinção de agências físicas e demitir trabalhadores, sendo o setor mais lucrativo do país através da prática dos maiores juros do planeta", avalia o diretor do Sindicato, Geraldo Ferraz. O Bradesco teve Lucro Líquido Contábil de R$ 14,084 bilhões no 1º semestre de 2022, o que representa alta de 16,1% em relação ao mesmo período de 2021.