Quinta, 21 Agosto 2025 23:47

Fortalecer a democracia e os bancos públicos e reduzir as desigualdades sociais passam pela reeleição de Lula em 2026

Solenidade de abertura dos congressos de bancos públicos. Solenidade de abertura dos congressos de bancos públicos.

Olyntho Contente

Imprensa SebRio

Na solenidade de abertura dos congressos de bancos públicos, na noite desta quinta-feira (21/8), em São Paulo, foi unânime a avaliação de todos os dirigentes de centrais sindicais, de forças políticas e de entidades nacionais representativas da categoria bancária, entre elas a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), de que os trabalhadores e toda a população brasileira vivem um momento muito grave, de ataque do governo Donald Trump, dos Estados Unidos ao Brasil. Ataque imposto através de tarifas adicionais sobre a venda de nossos produtos, numa chantagem que afeta toda a economia nacional e que tem como intenções impedir o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de Jair Bolsonaro, aliado de Trump, ambos de extrema-direita; desgastar o governo Lula e impedí-lo de levar à frente o projeto de país independente.

A presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, disse que os congressos de funcionários dos bancos públicos devem debater a defesa e a ampliação dos seus direitos e cobrar que os bancos públicos ampliem o seu papel social. Mas têm de ir além. “Abrimos estes congressos reafirmando nosso compromisso com a categoria bancária e com todo o povo brasileiro, num momento delicado, de ataques externos por parte do governo dos Estados Unidos. É preciso ir às ruas contra esta intromissão, defender a soberania, a independência e a democracia no Brasil. Vamos junto com as demais categorias aos atos programados para 7 de setembro reafirmar a nossa independência”, afirmou Juvandia.

Trump quer a volta da extrema-direita no Brasil – Juvandia denunciou que a estratégia de Trump é criar uma situação negativa no país para propiciar a volta da extrema-direita ao poder. “Já vimos do que esta gente é capaz. É preciso lembrar que os golpistas derrubaram a presidenta Dilma (Roussef), retiraram inúmeros direitos através das reformas da Previdência, da reforma trabalhista, da liberação total da terceirização e da pejotização. Privatizaram estatais como a Eletrobrás e a BR Distribuidora. É preciso dialogar com a população para evitar a volta do fascismo ao poder e isso só será possível com a reeleição de Lula em 2026, e seguindo fortes e organizados. E a nossa unidade nacional é o nosso principal patrimônio. Precisamos ampliar a nossa mobilização, participando das manifestações nacionais da Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo, para que o país continue construindo um futuro melhor para todos e todas”, ressaltou.

Disse que outros motivos também levam Trump a chantagear o Brasil: o sucesso do PIX que está afetando os ganhos dos cartões dos EUA e se apossar das terras raras. “Por isto quer um governo subserviente. Isso não podemos permitir”, disse.

Grandes atos em 7 de setembro – Neiva Ribeiro, que juntamente com Juvandia, coordena o Comando Nacional dos Bancários, disse que os congressos de bancos públicos e a conferência nacional dos bancários, acontecem numa situação difícil, com o Brasil sob o ataque de um país imperialista. “Por isto, defender a soberania brasileira é o mais importante neste momento. Sem soberania, não tem democracia. Por isto, temos que sair daqui tendo como prioridade a defesa do país e a convocação da população para participar massivamente dos atos do dia 7 de setembro contra a interferência dos EUA e em defesa da soberania”, frisou.

Avaliou que dos congressos vão sair importantes decisões específicas dos funcionários de cada banco e de defesa e fortalecimento dos bancos públicos. “Mas temos uma responsabilidade muito grande que é garantir a eleição de Lula em 2026 para dar continuidade à redução das desigualdades, à ampliação do bloco dos Brics e à defesa das estatais”, argumentou.

Cibele Vieira, da Federação Única dos Petroleiros, classificou como muito corajoso o comportamento do presidente Lula ao rechaçar as chantagens de Trump que estão sendo feitas, também, como um ataque ao Brics. Mas defendeu que o presidente Lula, no caso do genocídio em Gaza, não comercialize mais petróleo brasileiro para Israel.

Unidade bancária – Sérgio Takemoto, presidente da Fenae, lembrou que fazem 40 anos da greve da conquista das seis horas. Elogiou a unidade da categoria – empregados de bancos públicos e privados – que permitiu a conquista de inúmeros direitos com a construção de um movimento forte nacionalmente de uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) nacional e única para todos os bancários e bancárias.

“Avançamos em vários direitos, mas vamos precisar, novamente, da unidade da categoria, para defender a Caixa e o seu papel social, assim como os demais bancos públicos. E no Conecef encontrar uma solução definitiva para o Saúde Caixa que mantenha o plano como economicamente viável e com qualidade”. Mas enfatizou que toda a categoria, nos congressos e na conferência nacional bancária deve sair imbuída da determinação de defender a democracia e fazer do Brasil um país mais justo, o que só será possível com a reeleição de Lula em 2026. “Sem ele, não teremos mais democracia, nem um país livre e soberano, capaz de reduzir as desigualdades sociais”, enfatizou Takemoto.

Redução da jornada de trabalho e plebiscito – Rita Lima, da Intersindical, defendeu a convocação do povo novamente às ruas, para participar dos protestos do dia 7 de setembro, mas também do plebiscito pelo fim da jornada 6X1, pela tributação dos super ricos, pelo fim da cobrança de imposto de renda dos que ganham até R$ 5 mil. “Mas é preciso que se aprove aqui que o Brasil tenha uma postura mais dura contra o genocídio em Gaza, cortando relações com Israel, e se colocando contra o bloqueio criminoso à Cuba”, defendeu a dirigente.

Tatiana Oliveira, da corrente política CSD, disse na sua fala que é preciso cobrar dos bancos públicos mais respeito com a saúde dos funcionários, condições dignas de trabalho, e que não sigam a lógica do sistema financeiro privado. “É preciso que cumpram o seu papel social, investindo a juros especiais na agriculta familiar, por exemplo. Mas é importante discutir com toda a sociedade sobre a necessidade de repudiar os ataques de Trump que afeta a todos. E reeleger Lula, que é fundamental para garantir os direitos dos trabalhadores. Ele é o único capaz de derrotar a extrema-direita que quer entregar o país ao capital privado nacional e internacional”, alertou.

Crise do capitalismo – Emmanuel de Jesus, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), disse que vivemos o aprofundamento da crise do sistema capitalista e a possibilidade da queda do império dos EUA. “E a reação de Trump espelha isso, com ameaças de intervenção, de tomada de territórios de outros países e de um maior apoio ao massacre de Israel em Gaza. Para fazer frente a estes ataques é preciso a união do proletariado, como defendia (Karl) Marx”, frisou.

Rodrigo Brito, da Articulação Sindical, disse que com a crise os capitalistas vão para cima do povo, com retirada de direitos e mesmo guerras, como o massacre que acontece em Gaza e a ameaça contra a Venezuela. Situação sobre a qual os congressos de bancos públicos devem se debruçar. Lembrou que os bancos públicos estão sendo atacados pela extrema-direita, com postagens mentirosas nas redes sociais instigando os clientes a retirarem o seu dinheiro destas instituições.

“Há também uma pressão constante da Faria Lima para fazer com que estes bancos sigam a linha do setor privado. Nestes congressos vamos debater e definir como combater esta tática e cobrar que estas instituições públicas cumpram o seu papel social, instrumentos que são do Estado brasileiro”, frisou.

Robson Luís, coordenador da Comissão dos Funcionários do Banco do Nordeste, disse que as elites não gostam de governos que melhorem a vida do povo. “Por isto estão se movimentando para lançar um candidato de extrema-direita para voltar a ter uma política de concentração de renda para os mais ricos. Portanto, é uma de nossas missões trabalhar pela reeleição de Lula em 2026”, afirmou.

Sobreviventes das privatizações – Felipe Pacheco, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE), lembrou que a Caixa é o principal banco social e pode com suas políticas reduzir as desigualdades, por isto, uma das decisões congressuais terá que ser a defesa intransigente da instituição. Acrescentou que os atuais bancos públicos são os sobreviventes de processos da privatização de governos de direita. Acrescentou que um dos debates na mesa de negociação, é a reestruturação que está em curso, com fechamento de agências. “A luta é pela Caixa pública atendendo com qualidade à população”, defendeu.

Fernanda Lopes, da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB), confirmou que o banco se encontra sob o ataque de vídeos bolsonaristas sugerindo a retirada de contas da instituição. “Há um ataque orquestrado também contra a Previ, porque a elite brasileira não admite que um plano de previdência possa ser administrado por diretores eleitos pelos trabalhadores”, denunciou. Disse que é preciso defender o BB e a Previ, e encontrar uma solução definitiva para a Cassi, o plano de saúde dos funcionários.

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