Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio

Nesta terça-feira, 5 de agosto, celebra-se o Dia Nacional da Saúde. A data é um convite à reflexão sobre o crescente adoecimento de bancários e bancárias, especialmente por transtornos mentais, resultado da pressão por metas abusivas, do medo de demissões e das práticas recorrentes de assédio moral dentro das instituições financeiras.

O tema é hoje uma das principais preocupações da categoria e figura como prioridade da Campanha Nacional dos Bancários 2025, mesmo com a vigência da Convenção Coletiva por dois anos. Exemplos destas demandas são a luta dos empregados da CEF pela sustentabilidade, reajuste zero e fim do teto de 6,5%na participação da empresa no Saúde Caixa, bem como a luta dos aposentados do Itaú pela viabilidade de seu plano de saúde conveniado pelo banco. 

“Há temas específicos, banco por banco, que podem avançar em mesas permanentes de negociação e nos GTs (Grupos de Trabalho). Contamos com a adesão da categoria nas atividades de mobilização, tanto nos locais de trabalho quanto nas redes sociais”, destaca Edelson Figueiredo, diretor executivo da Secretaria de Saúde do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro.

Números preocupantes

Dados oficiais confirmam as denúncias dos sindicatos: a pressão constante por metas e o assédio no ambiente de trabalho têm causado adoecimento generalizado entre os trabalhadores do setor. Em 2024, 55,9% dos afastamentos acidentários e 51,8% dos afastamentos previdenciários na categoria bancária foram motivados por doenças mentais e comportamentais.

De acordo com o Ministério da Previdência, foram concedidas 472.328 licenças médicas por transtornos mentais em 2024, um crescimento de 68% em relação ao ano anterior.

Por que 5 de agosto?

A escolha da data (5 de agosto) homenageia o nascimento de Oswaldo Cruz, médico sanitarista que teve papel fundamental no combate a epidemias como a peste bubônica e a febre amarela no início do século XX. O objetivo do Dia Nacional da Saúde é promover a conscientização sobre a importância do cuidado com a saúde e incentivar práticas de vida saudável.

“Esta data é uma oportunidade para refletirmos sobre a importância da saúde do trabalhador. Mas não podemos nos limitar a exigir melhorias nos planos de saúde dos bancários e no fim do assédio moral e das metas desumanas nas empresas. É fundamental também defender um SUS - Sistema Único de Saúde – público, de qualidade e universal, que atenda gratuitamente toda a população, não apenas em situações emergenciais, mas também na prevenção de doenças”, conclui Edelson.