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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
O presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, foi duramente criticado porque, segundo a imprensa, teria declarado que a Lei Magnitsky, dos Estados Unidos, estaria acima da Constituição Federal brasileira. A fala gerou forte repercussão, especialmente após o ex-presidente norte-americano Donald Trump aplicar a legislação contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em clara tentativa de interferência nas instituições brasileiras.
Prisão de Bolsonaro
O ex-presidente brasileiro teve, nessa segunda-feira (4), a sua prisão domiciliar decretada por Alexandre de Moraes. O ex-presidente é acusado de organizar uma tentativa de golpe de Estado.
Opinião de um jurista
O jurista Pedro Serrano afirmou no início da tarde deste sábado (2), que, se caso o Bradesco mantiver a decisão do seu presidente, Marcelo Noronha, sobre a aplicação da Lei Magnitsky — usada pelo governo Donald Trump para impor sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) – o banco deveria sofrer intervenção federal.
“Se o Bradesco mantiver, como decisão, a declaração de seu Presidente, que irá cumprir a sanção de Trump contra o Ministro Alexandre, por conta de ‘cumprir a lei’, em verdade estará desobedecendo a Constituição e as lei brasileiras, devendo sofrer intervenção do governo federal”, afirmou Serrano. “Em nosso país não há autoridade maior que a de nossa Constituição, lei estrangeira nenhuma é superior a ela. A insubordinação do Bradesco a ela, se como anunciado, não deve passar sem reação das autoridades”, disse.
Brasil não é colônia
O presidente do Bradesco rcebeu também críticas do deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ). O parlamentar é autor de uma ação cautelar no STF que impede os bancos no Brasil, de aplicar sanções impostas pelo governo dos EUA ao ministro Alexandre de Moraes. “O Brasil não é colônia de banco nem de ninguém”, disse Lindbergh, acrescentando que o presidente do banco "tem é que cumprir as leis nacionais".
Críticas internacionais
Juristas e políticos democratas consideram a ação de Trump um ataque direto à soberania nacional. A crítica do presidente do Bradesco, ao aparentemente endossar a retaliação norte-americana, reforçou a percepção de submissão a interesses estrangeiros na avaliação do governo federal.
“Não é preciso ser especialista em política brasileira para perceber que a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes é uma violação grosseira”, opinou o investidor britânico William Browder, idealizador do projeto que deu origem à lei nos Estados Unidos e ativista global pelos direitos humanos.
ERRATA - Na edição imprensa 6430 do Jornal Bancário, erramos na legenda da foto desta mesma matéria: o nome do presidente do Bradesco é Marcelo Noronha e não "Otávio Lazari Júnior", como foi publicado. No texto, o nome está correto.