Sexta, 01 Agosto 2025 20:55

Ato em frente ao Consulado dos EUA, no Rio de Janeiro, exige: Trump tire as garras do Brasil!

Manifestação em frente ao Consulado dos Estados Unidos (ao fundo), no Rio de Janeiro, protesta contra o tarifaço de Trump sobre produtos brasileiros. Foto: Nando Neves. Manifestação em frente ao Consulado dos Estados Unidos (ao fundo), no Rio de Janeiro, protesta contra o tarifaço de Trump sobre produtos brasileiros. Foto: Nando Neves.

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Imprensa SeebRio

Manifestações nas principais cidades do Brasil, nesta sexta-feira (1/8), protestaram contra a chantagem do governo de extrema-direita de Donald Trump, dos Estados Unidos, que está impondo tarifas sobre as exportações brasileiras, para tentar interromper o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por tentativa de golpe de Estado, em 8 de janeiro de 2023. No Rio de Janeiro o ato foi em frente ao consulado estadunidense, na Avenida Presidente Wilson, no Centro da Cidade, e foi convocado por partidos de esquerda – PT, PSOL, PcdoB, PCB, PSTU e PDT – centrais sindicais, como a CUT, CTB, CSB e CSP-Conlutas – além da União Nacional dos Estudantes, movimento de mulheres e movimento negro.

Faixas e bandeiras davam o recado ao governo Trump de que o Brasil não vai se curvar diante do ataque tarifário, e em apoio à posição do presidente Lula e dos ministros do STF, que deixaram claro que o Brasil não vai ceder e que vai defender a sua soberania. As principais palavras de ordem eram “Trump, tire as suas garras do Brasil”, “Fora Trump”, “Sem anistia para Bolsonaro” e “Bolsonaro na cadeia”. Carros e tropa da Recom da Polícia Militar apenas acompanharam o protesto, permanecendo distantes. A segurança do consulado foi reforçada.

O presidente Lula (PT) tem enfatizado a defesa da soberania nacional e a independência entre os poderes, em recado direto ao governo dos EUA. “O Brasil é um país soberano e democrático, que respeita os direitos humanos e a independência entre os Poderes. Um país que defende o multilateralismo e a convivência harmoniosa entre as Nações”, tem afirmado.

Povo nas ruas – Durante o protesto em frente ao Consulado dos EUA, o diretor do Sindicato dos Bancários do Rio, Ronald Carvalhosa, ressaltou a importância das manifestações. “O governo Trump não esperava esta resposta imediata com o povo nas ruas contra o ataque que fez através do aumento das tarifas sobre os produtos brasileiros. Este é o primeiro de uma série de protestos que devem se intensificar para fazer o governo de extrema-direita dos EUA recuar da sua chantagem”, afirmou.

Leonardo Guimarães, da Frente Povo Sem Medo, que junto com a Frente Brasil Popular organiza nacionalmente as manifestações, disse que a ideia é convocar novos protestos. “As mobilizações estão apenas começando”, adiantou. Ambas as frentes são formadas por centenas de entidades que representam diferentes segmentos da população e por partidos políticos de esquerda.

Trump trama contra a democracia – O deputado Flávio Serafini (PSOL-RJ) denunciou o tarifaço como a continuidade do golpe de 8 de janeiro. “Quando Trump dirige uma carta ao governo do Brasil afirmando que o julgamento de Bolsonaro é uma perseguição, e cobra a libertação de Bolsonaro, está claro que quer preservar o seu aliado para que ele não seja condenado e preso e continue a tramar contra o Brasil, contra a democracia; para ter um capacho que baixe a cabeça e bata continência para a bandeira dos Estados Unidos, e passe a defender os interesses daquele país”, afirmou o parlamentar.

Paulo Farias, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), disse que a investida de Trump é mais uma tentativa de golpe de Estado, como já fizeram outras vezes governos daquele país, como em 1964, com a derrubada de João Goulart e em 2016 com a deposição da presidenta Dilma Roussef. “Trump tenta chantagear o país para salvar a família Bolsonaro, composta por lacaios que farão o que ele mandar. Mas o povo brasileiro não se curvará e está mostrando isto hoje, com atos como este, em todo o país”, afirmou o líder sindical.

Júlio Condaque, da CSP-Conlutas, disse que o povo trabalhador brasileiro não vai admitir a chantagem de Trump. "E isto está sendo demonstrando hoje, com protestos em todo o Brasil. Nestas manifestações estamos dizendo alto e claro ao presidente de extrema-direita e aliado de Bolsonaro: Trump tire as patas do Brasil!", afirmou.

Tarifaço é jogo da extrema-direita para criar o caos mundial – Cida Cruz, também diretora do Sindicato dos Bancários, afirmou que os atos são uma resposta dos trabalhadores e trabalhadoras aos ataques de Trump. “E isto porque é a classe trabalhadora que será a mais impactada pelos efeitos da taxação dos produtos brasileiros, como o desemprego. Para reverter o tarifaço é preciso aumentar as mobilizações mais e mais”, avaliou.

Bárbara Sinedino, diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sepe), disse que a política de taxação de produtos brasileiros e de outros países, tem como objetivo criar um ambiente de caos e confronto internacional situação que interessa à extrema-direita. “Os fascistas querem se fortalecer com a violência das sanções, assim como através de massacres, como o que vem promovendo o governo de Benjamin Netanyahu sobre civis indefesos em Gaza. Neste ato, além de repudiar as tarifas, temos que exigir o fim do genocídio em Gaza”, afirmou.

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