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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Somente por participar do torneio, os times brasileiros vão embolsar no Mundial da FIFA, 15,2 milhões de dólares (R$ 85,7 milhões) e mais US$2 milhões (R$ 11,2 milhões) por cada vitória e US$1 milhão (R$ 5,6 milhões) em caso de empate. Só de logística a FIFA ficou de repassar de imediato, US$ 1,8 milhão para os participantes.
Os clubes brasileiros classificados, especialmente o Fluminense, ao contrário dos escretes da Europa e Ásia, estão se queixando do imposto cobrado pelo fisco norte-americano, referente ao “taxable income” cobrado nos EUA, o que implicaria em encargos fiscais significativos sob as leis do IRS (Internal Revenue Service). Do total recebido, os clubes terão de pagar até 40% em impostos. Isso porque os clubes preferiam abrir mão de abrir empresa nos EUA para evitar uma tributação ainda maior.
O presidente da FIFA, Gianni Infantino, bem que tentou aliviar os tributos sobre os times da competição, mas mesmo com um presidente americano defensor do fim do estado e que quer reduzir imposto sobre os bilionários, Donald Trump, o governo por lá não abriu mão.
Quanto o Fluminense faturou
O Tricolor das Laranjeiras já garantiu 26,7 milhões de dólares (cerca de R$ 148,9 milhões na conversão atual). A quantia aumentou ainda mais com a merecida vitória sobre a Internacional de Milão, da Itália: depois de garantir 15,2 milhões de dólares (R$ 84,5 milhões) pela participação no Mundial, o Tricolor faturou 2 milhões de dólares (R$ 11,1 milhões) com a vitória diante do Ulsan HD e outros 2 milhões de dólares (R$ 11,1 milhões) com os empates diante de Borussia Dortmund e Mamelodi Sundowns. A participação nas quartas de final garantiu mais 13,1 milhões de dólares (cerca de R$ 72,1 milhões) e a vitória sobre a equipe italiana, mais 21 milhões de dólares (R$ 115,7 milhões).
Bittencourt reclama
Na grande final, o campeão vai levar para casa a bolada de 40 milhões de dólares (R$ 220,4 milhões), enquanto o vice terá direito a 30 milhões de dólares (R$ 165,3 milhões). É muita grana. E o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, tentou recorrer dos impostos a pagar (30%).
Lição para o Brasil
Num país em que o governo Lula tenta tributar os mais abastados (140 mil brasileiros que ganham mais de R$600 mil por ano) para isentar trabalhadores que recebem até R$5 mil por mês e reduzir a alíquota de quem ganha até R$7 mil mensais, e os parlamentares do Centrão e da ultradireita tentam impedir a justiça tributária, nos EUA, a matriz do capitalismo liberal, grandes empresas e milionários empresários pagam imposto, isso porque nas nações capitalistas mais desenvolvidas, quem ganha mais, paga mais.
Lembrando que na terra do Tia Sam, em relação ao imposto sobre grandes heranças, há estados que chegam a cobrar 45% de imposto.
No Brasil, onde quem paga imposto é o pobre no consumo e a classe média, este mesmo imposto não passa de 8% para o trabalhador comum e igualmente para o bilionário banqueiro que deixa sua fortuna para seus herdeiros.
Haddad tem razão
Em terras brasileiras, o ministro da Fazenda Fernando Haddad rebate as críticas dos deputados e senadores da direita e ultradireita com razão: para fazer um mínimo de justiça tributária no país, isentando e reduzindo alíquotas para mais de 20 milhões de trabalhadores, o governo precisa tributar os mais abastados e por aqui, a alíquota baixíssima: 10% no Imposto de Renda, além de tributação pequena sobre lucros e dividendos e a dinheirama do grande capital nacional aplicada no exterior.
Na Europa os impostos sobre os mais ricos chegam a 55%. O nome disso é justiça social. Mas banqueiros, o agronegócio e grandes empresários, nacionais que financiam os parlamentares ultraliberais, os mesmos que querem estado mínimo só para o povo, parecem viver ainda a lógica do Brasil Colônia, Casa grande e Senzala e não aceitam um país mais justo. Alguém precisa avisar ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), ao pessoal do Centrão e ao presidente do Fluminense, Mário Bittencourt e demais clubes brasileiros: nos EUA rico paga imposto.