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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Com informações da Contraf-CUT
Dirigentes sindicais de diversos países da América Latina e da Espanha participaram, nesta terça-feira (10), de uma reunião emergencial da Rede Sindical Internacional do Banco Santander. O encontro foi realizado em Buenos Aires, na Argentina, para debater ações conjuntas em defesa do emprego dos bancários e por condições dignas de trabalho.
Entre as denúncias dos trabalhadores feitas às entidades sindicais, estão, demissões, terceirizações, precarização das condições de trabalho e enfraquecimento da representação sindical. Os problemas são recorrentes em países, como Argentina, Uruguai, Chile, Peru, Brasil e também na Espanha, sede da matriz do grupo.
Terceirização e trabalho precário
Entre as maiores queixas dos funcionários estão as terceirizações, em que o banco promove a “migração” de trabalhadores bancários, com direitos garantidos por convenções coletivas e representados por sindicatos, para outras empresas do conglomerado. Estes trabalhadores perdem direitos, remuneração média e sofrem com a precarização do trabalho.
“Inclusive no Brasil, o Santander já até foi, mais de uma vez, condenado pela Justiça Trabalhista brasileira, por contratação fraudulenta de mão de obra”, explica o diretor do Sindicato do Rio de Janeiro e representante da COE (Comissão de Organização do Trabalho), Marcos Vicente.
Mulheres vítimas das demissões
Segundo os dirigentes sindicais que participaram do encontro, números oficiais mostram que as mulheres têm sido as principais vítimas das demissões no banco. “Este dado mostra um viés discriminatório nas dispensas, mesmo o Santander tendo lucros bilionários em todo o mundo”, explica a diretora do Sindicato carioca, Maria de Fátima. No Brasil, o Santander teve um lucro líquido de R$ 3,86 bilhões para o primeiro trimestre. O resultado representa um crescimento de 27,8% sobre o desempenho no mesmo período do ano passado e superou até as expectativas de mercado.
“Um banco que ganha tanto dinheiro não tem justificativas para demitir tantos trabalhadores e burlar a legislação brasileira para aumentar ainda mais os seus ganhos”, completou Vicente.
“Estamos aqui em solidariedade aos colegas da Argentina e em luta conjunta para exigir do Santander o respeito à negociação coletiva, o fim das demissões injustificadas e o compromisso com condições de trabalho dignas em todos os países”, afirma a coordenadora da Comissão de Organização de Empregados (COE Santander), Wanessa Queiroz.
Jornada de luta no Santander é dia 26 de junho
A Rede Sindical Internacional decidiu, como respostas aos abusos e injustiças cometidas pelo Grupo Santander contra os trabalhadores, convocar uma Jornada Internacional de Luta. As atividades ocorrerão em todos os países afetados pelas arbitrariedades e práticas antissindicais do banco espanhol no dia 26 de junho, com mobilizações onde o Santander atua.
O objetivo da ação é denunciar à opinião pública internacional, as demissões, terceirizações, precarização e a perseguição do banco contra dirigentes sindicais.