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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Com informações da Contraf-CUT
A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú se reuniu nesta terça-feira (10) com a direção do banco, na sede da empresa, em São Paulo. Na pauta do encontro, temas importantes como o Acordo de Conciliação Prévia (CCV), banco de horas, programa de metas GERA, reestruturação das agências e segurança dos trabalhadores. As informações foram publicadas no site da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro).
Conciliação Prévia
O banco apresentou dados atualizados sobre o Acordo de Conciliação Prévia (CCV), com crescimento expressivo no número de acordos: de 2.196 em 2023 para 3.107 em 2024 — aumento de 50% nas conciliações, com volume financeiro 55% maior. O prazo de fechamento das negociações permanece em 30 dias, contados da entrada até o pagamento.
Banco de horas
Em relação ao banco de horas, foi apresentada a média de horas extras realizadas nos departamentos e agências. O prazo para compensação vai até julho. Caso as horas não sejam compensadas até essa data, os valores deverão ser pagos na folha de pagamento.
Compensação na hora do almoço
Segundo a COE, em algumas regiões gestores estão obrigando os trabalhadores a compensarem essas horas durante o horário de almoço, o que é irregular, ou seja, querem aumentar o intervalo na hora do almoço como forma de compensação das horas extras. O banco afirmou que a compensação precisa ser acordada entre as partes e que reforçará a orientação para que essa ilegalidade não ocorra mais.
“Gestores estão querendo que o bancário tire mais horas no almoço como se isso fosse uma forma de compensar as horas extras. Essa imposição é irregular e não está correta. Já que o banco não paga horas extras em dinheiro, que seria o melhor, que pelo menos dê ao funcionário o direito de compensar as horas com qualidade para o trabalhador e sem imposições”, declarou a diretora do Sindicato do Rio e representante da COE, Maria Izabel, que participou da negociação.
Outro ponto debatido foi o aumento da compensação das horas extras realizadas em domingos e feriados: passou de 1h30 para 2h, a cada hora trabalhada.
Metas desproporcionais
A COE cobrou ainda, explicações sobre as metas do programa GERA, que têm causado insatisfação entre os trabalhadores, que se queixam da falta de transparência e pela desproporcionalidade entre as agências.
Foram citados como exemplos Casos de agências de pequeno porte, com três gerentes de negócios, que recebem metas similares ou superiores às de agências maiores com até seis gerentes. A COE questionou o critério de distribuição de metas, a falta de clareza nos parâmetros utilizados e a demora na divulgação dos resultados, que pode chegar a 15 dias.
Os representantes do banco disseram que, para definição das metas, é levado em consideração “30% os clientes e 70% produtos bancários, além do potencial da região e o retorno esperado” e prometeram realizar lives com os trabalhadores para explicar a metodologia adotada, detalhando que ajustes são feitos em casos de férias, licenças ou desligamentos de funcionários.
Fechamento de resultados
A representação dos bancários cobrou ainda solução para o problema de controles paralelos no acompanhamento da produção e a demora no fechamento dos resultados. O Itaú alegou que “80% dos produtos são computados em D+1, mas operações de renegociação e proteção levam de dois a cinco dias para contabilização”.
Fechamento de agências
A representação dos trabalhadores manifestou forte preocupação com o fechamento de agências, que se intensificou nos últimos meses: 120 unidades físicas foram encerradas, 55 estão em fase de fechamento e previsão de conclusão até o final de agosto. O movimento sindical exige a preservação dos empregos dos funcionários.
Apesar de o banco afirmar que o critério para fechamento “é a rentabilidade e o perfil digital dos clientes”, os dirigentes sindicais alertaram que muitas das agências encerradas são lucrativas e essenciais para a população local, especialmente aposentados.
Os sindicatos querem lembram que as instituições financeiras são concessões públicas e precisam cumprir seu papel social, exigindo que o Itaú reavalie o fechamento de agências que são estratégicas para o atendimento da população. O banco se comprometeu “a analisar os casos que forem apresentados pela COE nas próximas reuniões”.
Realocação de funcionários
Em relação à realocação de trabalhadores, o banco informou que 90% dos funcionários foram realocados. A COE solicitou o acompanhamento de perto do tempo de permanência desses trabalhadores nos novos locais, além de denunciar a superlotação de agências receptoras.
Mais segurança
A falta de segurança nos chamados "Espaços de Negócios", onde não há vigilantes nem portas giratórias, também foi cobrada na reunião. Um dos problemas mais graves nesta questão é o abastecimento de caixas eletrônicos, que deveriam ocorrer externamente, mas em alguns casos vêm sendo feitos dentro das agências. O Itaú disse que irá orientar as empresas de transporte de valores e que, onde a estrutura não permitir abastecimento externo, reformas serão feitas para adequação.
Novas agências Personnalité
O banco apresentou o novo modelo das agências Personnalité, agora sem caixas e com estrutura enxuta: gerente geral, gerente de relacionamento e assessor de atendimento. Até agora, 21 agências foram transformadas em "Espaços de Negócios" e outras 14 no modelo Personnalité, incluindo unidades em Rio Branco, Porto Velho e Foz do Iguaçu.
A COE também cobrou explicações sobre o segmento Smart Pro, principalmente em relação à incorporação da remuneração variável dos gerentes que foram retirados da estrutura das agências. O banco disse que a incorporação foi realizada com base na média de remuneração anterior e prometeu apresentar detalhes sobre o programa e o modelo de remuneração na próxima reunião.
Avaliação da COE
Para a coordenadora da COE Itaú, Valeska Pincovai, a reunião foi importante para abrir espaço ao debate de questões que impactam diretamente a categoria bancária, considerando “a reunião produtiva” e dizendo que, “com os lucros crescentes, o banco tem condições de manter agências em locais necessários, preservando os empregos dos empregados e oferecendo melhor atendimento à população”.
Maria Izabel também fez uma avaliação geral do encontro.
“Como forma de apresentação de dados pelo banco a reunião foi positiva. No entanto, nós cobramos e vamos sempre cobrar é que o Itaú não pode continuar lucrando através do fechamento de agências e das demissões de funcionários. Isso é inaceitável. Um banco do porte do Itaú tem que ter responsabilidade social”, cobrou Izabel.
A próxima reunião está prevista para apresentar o quadro de demissões e contratações, a revisão do fechamento de agências, além de detalhes sobre o segmento Smart Pro e soluções para as agências sem estrutura adequada para o abastecimento externo de caixas eletrônicos. Ainda não foi definida a data do novo encontro.