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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRIo
O economista Paulo Jagger, do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) abriu o painel sobre a Conjuntura Econômica, nesta sexta-feira (23), no primeiro dia da 5ª Conferência Estadual das Trabalhadoras e Trabalhadores no Ramo Financeiro, promovida pela Federa-RJ, dizendo “que o país está numa situação muito melhor no atual governo do que antes, apresentando dados de instituições de pesquisa de credibilidade”.
“A maior síntese é o desempenho econômico, medido pelo PIB, que cresceu 3.4% em 2024. Não é tudo o que a gente gostaria, mas se olharmos os últimos anos e em comparação com outros países, o pais cresceu bem e isso se refletiu no mercado de trabalho”, disse Jagger.
Importância das políticas públicas
O palestrante lembrou ainda que houve também “melhoras qualitativas”.
“Tivemos redução da informalidade, aumento maior do emprego de carteira assinada, elevação da renda de quase 3% em 2023 e quase 5% no ano passado”, acrescentou, destacando a importância de o pais manter um crescimento elevado para o aumento da massa salarial como ocorreu no inicio dos anos 2000.
“Essas coisas não caíram do céu. A conjuntura internacional nem estava muito favorável, mas foram as politicas públicas implementadas pelo atual governo, politicas de transferência de renda, não apenas o bolsa família, mas também o estímulo ao crédito para expansão do consumo e do investimento, politicas de incentivo à industria, um conjunto de iniciativas que respondem pela maior parte do resultado positivo e pela melhoria na vida da pessoas, além da redução da pobreza e da desigualdade, embora sejamos ainda um dos países mais desiguais do mundo”, avalia.
Inflação e juros
Jagger lembrou que a piora nas expectativas internacionais com a eleição de Donald Trump nos EUA, um repique da inflação, especialmente dos alimentos e a resposta do Banco Central elevando os juros são fatores adversos para a economia brasileira.
“Mas nem todos os produtos da cesta básica aumentaram de preço. O arroz e o feijão baixaram, porém a carne subiu quase 20% e o café em um ano e meio quase dobrou de preço por causa da internacionalização do agro, cuja saca subiu no mundo inteiro., influenciando o preço interno”, explicou, ressaltando que a conversão do dólar para o real também contribuiu para alta do produto, pois a taxa de câmbio subiu muito, o que impacta nos preços. Criticou a alta dos juros pelo BC, que chegou a 14.65% na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) já que, segundo o especialista, a inflação brasileira é causada pelo choque de oferta e não pela demanda.
Agenda positiva
O técnico do Dieese, que assessora o Sindicato do Rio e a Federa-RJ concluiu sua fala destacando a importância de outras medidas do atual governo que fortalecem a agenda positiva do país, como o projeto do governo Lula de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$5 mil mensais e redução da alíquota dos salários até R$7 mil por mês, além do debate sobre a redução da jornada de trabalho.