Sexta, 15 Março 2024 12:55

Bancários debatem com a Fenaban demandas sobre a saúde na categoria

Representação sindical cobra canais exclusivos de denúncias, medidas de prevenção à covid e ações contra o assédio moral
O movimento sindical cobrou dos bancos mais ações e uma campanha contra o assédio moral, um dos graves problemas sofridos por bancários e bancárias O movimento sindical cobrou dos bancos mais ações e uma campanha contra o assédio moral, um dos graves problemas sofridos por bancários e bancárias Foto: Divulgação

Carlos Vasconcellos 

Imprensa SeebRio 

Os bancários, através da representação sindical, participaram na última quinta-feira (14), de uma mesa bipartite com os bancos sobre as questões de saúde da categoria. 

Os sindicalistas expressaram preocupação com o aumento dos casos de dengue e Covid-19 no país e cobraram ações de proteção à categoria bancária.  

A negociação do Comando Nacional dos Bancários, assessorado pelo Coletivo Nacional de Saúde com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ocorreu em São Paulo.

Protocolos de prevenção 

Os dirigentes sindicais cobraram dos bancos a necessidade de divulgação dos protocolos de prevenção e de ação em casos de sintoma e denunciaram uma situação gravíssima, de bancários que estariam atuando mesmo acometidos pela Covid-19.

Exigiram ainda o controle dos ambientes de trabalho, para mantê-los saudáveis, a fim de evitar a proliferação das doenças.

A resposta dos bancos

Os bancos se comprometeram a se reunir para estudar métodos de prevenção comum, até que existam vacinas disponíveis para a venda.

Combate ao assédio moral

O Coletivo de Saúde apresentou uma proposta de ajustes à cláusula 61, que trata de assédio moral e discriminação nas relações de trabalho. Entre os pontos defendidos está a alteração do nome da cláusula para “Mecanismos de enfrentamento ao assédio e à discriminação nas relações de trabalho”.

Responsabilidade dos bancos

Outra reivindicação é acabar com o aspecto facultativo dos bancos em relação às açoes e medidas em defesa da saúde do trabalhador. 

“Nossa expectativa é que seja uma cláusula da Convenção Coletiva de Trabalho e que todos os bancos sejam obrigados a cumpri-la”, afirmou Mauro Salles, secretário de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Canais de atendimento

Outro ponto do documento apresentado é um protocolo para os canais de atendimento e acolhimento. 

“Não existe um canal específico. Os bancos utilizam os canais que já existiam, como o ombudsman ou SAC, que misturam outras demandas, até de clientes. A gente precisa de um canal exclusivo, pois quem recebe a denúncia precisa de um treinamento especial, é um tema muito sensível e que necessita de um protocolo de ação posterior”, explicou Mauro Salles.

Apuração de denúncias 

Outra reivindicação da categoria é a transparência no processo, com regras para recebimento e apuração das denúncias e prazo para a resolução do caso. Atualmente, cada banco trata do seu jeito a questão, não existindo um padrão e nem há um acompanhamento dos sindicatos 

"É importante que a gente possa acompanhar, com todo o sigilo o processo, mas com a garantia de que a apuração estará sendo feita e o problema sendo resolvido. Se não garantirmos um critério de apuração e sigilo, ninguém vai denunciar”, acrescentou Salles. 

"No resultado da apuração, é necessário a explicação da decisão, além da garantia de que a vítima não será punida em todo o processo e que terá acolhimento, com o suporte psicológico adequado”, completou.

Denúncias anônimas 

O movimento sindical reivindicou ainda que a denúncia apresentada anonimamente também seja devidamente apurada. 

Campanha de formação 

Outro ponto do documento apresentado pelos bancários reivindica que todo computador ou terminal que for utilizado pelos trabalhadores apresente a frase: “violência, assédio e descriminação não serão tolerados”, assim que for ligado, bem como um link para o canal de denúncias.

A campanha de formação também seria composta de dois cursos obrigatórios, para funcionários e para gestores, e a capacitação específica em combate ao assédio moral, sexual e discriminação nas relações dos locais de trabalho a todos os membros da CIPA (Comissão Interna de Prevenção aos Acidentes de Trabalho) com participação dos sindicatos. 

Póxima reunião 

 Os bancos vão levar o documento para avaliação e se comprometeram a trazer as respostas na próxima reunião, marcada para 11 de abril. No encontro, a Fenaban também garantiu apresentar um fluxo de acolhimento para os trabalhadores que adoecem, antiga reivindicação do movimento sindical.

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