O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) transferiu R$800 mil para contas nos EUA, no final de dezembro de 2022, antes de viajar para a Flórida, com o objetivo de custear sua estada no estrangeiro até a conclusão do golpe de Estado que teria planejado contra o governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O fato é parte das investigações da Polícia Federal (PF) na operação Tempus Veritatis, realizada no do dia 8 de fevereiro. A PF se aproxima de provas conclusivas apontando que Bolsonaro planejou, junto com militares do alto escalão das Forças Armadas e ministros que participaram de seu governo, inclusive o seu vice, General Braga Neto, de um golpe para implantar uma ditadura no país.

As informações constam de um documento da investigação obtido pelo blog da jornalista Andréa Sadi, na última quarta-feira (14).

Militares divididos

Durante as manifestações de bolsonaristas extremistas nas portas dos quartéis, após o resultado das eleições, o então vice-presidente e hoje senador pelo partido Republicanos (RS), general Hamilton Mourão, declarou na época “que não havia ambiente internacional para uma intervenção militar”, insinuando que, sem o apoio dos EUA, o golpe não seria possível, fato que dividiu as Forças Armadas. Na ocasião, o senado norte-americano aprovou uma recomendação para que a Casa Branca não reconhecesse o governo brasileiro em caso de golpe de estado no Brasil.

Os investigados, segundo a PF, “tinham a expectativa de que ainda havia possibilidade de consumação do golpe de Estado” e estavam cientes dos atos ilícitos cometidos.

O documento aponta que “alguns investigados se evadiram do país, retirando praticamente todos seus recursos aplicados em instituições financeiras nacionais, transferindo-os para os EUA, para se resguardarem de eventual persecução penal instaurada para apurar os ilícitos”, entre eles, o ex-presidente do país derrotado nas eleições de 2022.

Venda das joias árabes