Sexta, 20 Mai 2022 21:51
CAMPANHA SALARIAL

2ª Conferência Estadual RJ é aberta em Campos dos Goytacazes

Participantes destacam importância da defesa da Convenção Coletiva e dos direitos e a necessidade de eleger Lula presidente em 2022
Adriana Nalesso abriu oficialmente a Conferência Estadual e disse que a categoria vai lutar por seus direitos e pela renovação da Convenção Coletiva de Trabalho Adriana Nalesso abriu oficialmente a Conferência Estadual e disse que a categoria vai lutar por seus direitos e pela renovação da Convenção Coletiva de Trabalho Foto: Nando Neves

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Foto: Nando Neves

Foi aberta nesta sexta-feira, na noite do dia 20 de maio, a 2ª Conferência Estadual RJ dos Bancários e Bancárias, no Sindicato dos Bancários de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. O evento, que continuará durante todo o dia deste sábado (21), é realizado de forma híbrida (presencial e virtual). As votações para as deliberações do encontro serão feitas pelo aplicativo do Vota Bem. O presidente do Sindicato do Rio José Ferreira participou da mesa de abertura do evento e a presidenta da Federa RJ (Federação das Trabalhadoras e Trabalhadores no Ramo Financeiro do Estado do Rio de Janeiro), Adriana Nalesso, coordenou os trabalhos.  

O presidente do Sindicato de Campos, Rafanele Alves Pereira, falou da alegria de ser o anfitrião da Conferência e criticou os ataques dos bancos à categoria, em especial o Santander. 

"O fato desta Conferência está sendo realizada aqui em Campos é motivo de grande alegria para nós. Superamos o nosso limite para realizar este evento tão grandioso. A nossa luta é de todos os bancários e da classe trabalhadora", disse lembrando que a nova Federa RJ fará no próximo dia 24 de maio, dois anos de existência. 

"O primeiro banco que temos que 'bater' nesta campanha salarial é o Santander, que demite funcionários embora temos lutado para reintegrá-los. Temos que ir à Justiça denunciar o banco, que desrespeita os funcionários e também o dirigente sindical", acrescentou, criticando  as práticas antisindicais do grupo espanhol. Pereira disse ainda que Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal também não respeitam a categoria. 

O papel dos bancos públicos

O presidente do Sindicato de Niterói Jorge Antônio Martins de Oliveira criticou o governo Bolsonaro e disse que a categoria quer a volta de bancos públicos com compromisso social. 

"Quero uma Caixa Econômica Federal e um Banco do Brasil que venham a concorrer com o Bradesco e o Itaú", disse, defendendo a importância dos programas sociais das instituições públicas e criticando o cartel do sistema financeiro nacional e o projeto de privatização das estatais do atual governo. Jorge defendeu a eleição do ex-presidente Lula para recuperar o papel social dos bancos públicos e reconstruir o Brasil. 

José Ferreira elogiou o exemplo das lutas do Sindicato de Campos, citando as mobilizações contra os abusos dos bancos, como o Bradesco e o Santander. "Me emociona saber que retomamos ao encontro também por meio presencial, permitindo novamente que nos abraçássemos uns aos outros. A nossa Convenção Coletiva é fruto de nossa unidade na diversidade e é isto que precisamos para enfrentarmos este governo que odeia os mais pobres, as mulheres, os indígenas, os negros, os LGBTQI+ e o meio ambiente. Temos o desafio de renovar nossa CCT e aprimorar no que precisamos melhorar para a categoria. E temos ainda o desafio primordial que é derrotar o governo Bolsonaro em Outubro. Lula é a única alternativa capaz de derrotar o bolsonarismo, por isso, precisamos ir às ruas para eleger Lula, convencendo a população para tentarmos a vitória já no primeiro turno", destacou, alertando que bolsonaro tentará um 'golpe', caso passe para o segundo turno. "O golpe poderá não ser mais pelas armas, mas sim pelo poder econômico dos bancos e do agronegócio que apoiam este governo", completou. 

Saúde e defesa da vida

O presidente do Sindicato Sul Fluminense e vice-presidente da Federa/RJ, Julio Cunha, ressaltou a preocupação com a saúde da categoria e lamentou a morte de vários bancários e bancárias em função da péssima gestão Bolsonaro na defesa da vida durante a pandemia da covid-19 e também falou da importância das eleições 2022. 

"Acredito que a eleição de Lula, se possível no primeiro turno, é uma questão de sobrevivência do movimento sindical", disse. 

Apoio parlamentar

O vereador e bancário do Banco do Brasil Reimont (PT) falou na Conferência por meio virtual, pedindo um basta ao avanço do fascismo e dos ataques aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. "Temos uma tarefa muito grande em 2022 que é vencer o fascismo e creio que o amor vencerá o ódio", declarou, confiante na vitória de Lula no primeiro turno.

"Estamos aqui no Rio de Janeiro combatendo o bom combate", ressaltou defendendo também o apoio a Marcelo Freixo (PSB) ao governo do Estado do Rio.  

Os desafios da categoria

Vinícius de Assumpçao, vice-presidente da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) disse que a campanha nacional deste ano terá dois desafios. 

"Temos o desafio no campo eleitorial de derrotar Bolsonaro e o fascismo, este governo que destroi os direitos dos trabalhadores", disse citando a reforma trabalhista de Temer que tirou direitos sem gerar empregos. "O número de trabalhadores do mercado informal hoje é maior do que os que têm carteira assinada nos empregos gerados por este governo. E temos o desafio da campanha salarial, em que a categoria precisa lutar para defender os seus direitos, mas também eleger Lula para derrotar Bolsonaro". Destacou ainda que a categoria bancária é hoje a maior organização da classe trabalhadora no Brasil. 

Adriana Nalesso lembrou que o Brasil passou por uma histeria coletiva, referindo-se ao bolsonarismo e ao crescimento da extrema-direita. 

"Eu vi bancários defender a reforma trabalhista e rasgar nosso Jornal Bancário por crtíticas ao governo Bolsonaro e alguns defenderem o candidato do Partido Novo, que é financiado pelo Banco Itaú", testemunhou. 

"Quais os interesses que a maioria dos parlamentares está defendendo?", questionou, criticando os lobbys no Congresso Nacional e defendendo a eleição de candidatos compromissados com a classe trabalhadora e o país. 

Tecnologia e neoliberalismo

Adriana criticou ainda os impactos da tecnologia no mundo do trabalho. "Nos vendiam a ideia de que a tecnologia serveria para termos mais tempo para a família e o lazer. Mas o que vemos é um trabalhador sem direitos, sem garantia sequer à aposentadoria. A quem está servindo esta tecnologia? Certamente não está à serviço dos trabalhadores", acrescentou, lembrando que o neoliberalismo usa o álibi da 'liberdade' e do 'empreendedorismo' para escravizar a classe trabalhadora.  

A luta pelo Brasil

"Lutamos por uma sociedade justa e é inadimissível que tenhamos um país tão desigual, com tanta fome e miséria", afirmou Nalesso. Disse ainda que não há terceira via nessas eleições de 2022 e que as pesquisas confirmam que será um pleito polarizado.  

"Nós vamos a luta", completou, agradecendo a presença de todos os bancários e bancárias presentes na Conferência, por meio presencial e virtual, dando oficialmente como aberta a 2ª Conferência Estadual da categoria. 

 

 

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