Segunda, 01 Março 2021 22:12

Empregados Caixa: heróis de crachá ou mártires?

Diretores do Sindicato visitam prédio do Passeio Corporate e confirmam pressão para retorno presencial e aumento de riscos de contaminação
BANCÁRIOS EM RISCO - Sônia Eymard e Rogério Campanate receberam denúncias dos empregados que há pressão da Caixa para o retorno ao trabalho presencial e falta de condições ideais de prevenção à Covid-19 BANCÁRIOS EM RISCO - Sônia Eymard e Rogério Campanate receberam denúncias dos empregados que há pressão da Caixa para o retorno ao trabalho presencial e falta de condições ideais de prevenção à Covid-19

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

Nesta segunda-feira, dia 1º de março, é aniversário da cidade do Rio de Janeiro. Mas a população carioca não tem muito a comemorar neste momento:   são mais de 900 mortes por mês. Sozinho, o Rio é responsável por 33 mil  óbitos de um total de 255 mil. Todos os bairros, sem exceção, são considerados de alto risco. É o relatório da própria Prefeitura que aponta para esta calamidade.

E a Caixa Econômica Federal vem cumprindo o seu papel nesta política genocida do governo Bolsonaro: ao invés de manter seus funcionários em Home Office, tem pressionado para que retornem ao trabalho presencial.

Pressão para retorno presencial

Os diretores do Sindicato dos Bancários do Rio, Rogério Campanate e Sonia Eymard visitaram o prédio do Passeio Corporate de onde partiram denúncias de pressão para retorno ao trabalho presencial e de empregados que têm parentes em grupo de risco, mas não conseguem dialogar com seus gestores para permanecer em casa.

“Percebemos diversos cenários. Enquanto andares inteiros estão fechados ou com apenas oito ou nove empregados, com centenas de terceirizados trabalhando remotamente, as áreas que deveriam dar o exemplo trabalham no limite da lotação, apenas com o mínimo de distanciamento entre os empregados”, relata Sônia. A sindicalista disse que este é o caso da Vice-presidência de Pessoas (VIPES) e da Vice-presidência de Logística e Operações (VILOP), onde três unidades, a GIPES (Gerência de Gestão de Pessoas), CIPES (Centralizadora de Pessoas) e CECPE (Centralizadora de Compras de Pessoas) dividem o mesmo espaço.

“Surpreende que a mesma empresa tenha VPs com diretrizes tão diferentes, uns atuando de forma cautelosa, outros, de forma periculosa. O ambiente no edifício Passeio Corporate ainda é salutar, com álcool gel e limpeza constante, além das instalações sanitárias, mas o transporte público é tão ou mais perigoso do que o trabalho em hospitais aqui no Rio de Janeiro.Por isso, o Sindicato do Rio defende o teletrabalho”, acrescenta a dirigente sindical.

Campanate também denuncia o disparate. “Ao contrário do que disse um vice-presidente da Caixa quando veio ao Rio, no momento a média de internações no Brasil todo volta a subir. Parece até que alguns vice-presidentes têm como meta o adoecimento de seus empregados para aumentar este índice. Desde o início da pandemia já perdemos quase cinquenta colegas. De janeiro para cá a média está entre um a dois por semana. Até quando seremos os mártires?”, questiona o sindicalista.

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