Sábado, 04 Julho 2020 14:06
22ª CONFERÊNCIA INTERESTADUAL RJ/ES

Bancários debatem desafios da organização sindical diante das mudanças no mundo do trabalho

Participantes destacam ainda o combate à privatização e aos ataques aos direitos, a defesa dos empregos e das condições dignas de vida e de trabalho
A 22ª Conferência Interestadual, realizada por meio virtual, debate as dificuldades dos trabalhadores diante a atual conjuntura política e econômica e aponta saídas para a crise sem precedentes no Brasil A 22ª Conferência Interestadual, realizada por meio virtual, debate as dificuldades dos trabalhadores diante a atual conjuntura política e econômica e aponta saídas para a crise sem precedentes no Brasil

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

A 22ª Conferência Interestadual, realizada de forma virtual neste sábado, dia 4 de julho, e que conta com a participação em torno de 423 inscritos, foi aberta com a avaliação de representantes das forças políticas sobre a atual situação política e econômica do país e suas consequências sobre a categoria bancária e os demais trabalhadores. Os debates foram mediados pela presidente do Sindicato do Rio de Janeiro, Adriana Nalesso.

Os sindicalistas destacaram o momento adverso de ataques do Governo Bolsonaro aos direitos trabalhistas e ausência de uma política coordenada de combate ao novo coronavírus, o que aprofunda ainda mais a crise sanitária e econômica. Os participantes do encontro defenderam a unidade e a mobilização da classe trabalhadora como única alternativa para o enfrentamento da atual conjuntura e para a superação de um momento de tanta dificuldade para o povo brasileiro, sem precedentes na história.

Tempos de incertezas

“Temos o desafio de reinventar o movimento de organização dos trabalhadores diante das novas formas do mundo do trabalho e da comunicação. Estamos vivendo muitas incertezas, como em relação ao Home Oficce e o Teletrabalho, mas saio desta conferência, certo de que vamos continuar resistindo mesmo com o distanciamento social e isto nos deixa muito esperançosos”, disse o diretor de Organização e Política Sindical da CUT-RJ, Carlos de Souza.

Bandeiras de luta

O sindicalista destacou como bandeiras de luta “o combate contra o projeto de privatizações e a defesa das empresas e bancos públicos”, citando a entrega de carteira de clientes do Banco do Brasil para o PTG Pactual, instituição financeira privada fundada pelo Ministro da Economia Paulo Guedes e a questão das demissões em massa nos bancos privados e deu como exemplo o Santander, que já demitiu mais de 400 funcionários em todo o país. 

A presidente do Sindicato do Rio Adriana Nalesso questionou "a quem interessa as novas tecnologias", numa alusão à intenção de empresas e bancos de ampliarem o Home Office e o Teletrabalho para retirar direitos e reduzirem a remuneração dos trabalhadores. Defendeu como saída a unidade da categoria e dos movimentos sociais para enfrentar os ataques do governo e dos patrões às conquistas trabalhistas. Nalesso destacou ainda a importância da cobrança dos compromissos de protocolos de prevenção à Covid-19 para a proteção da vida e convocou a categoria a participar da Campanha Nacional. 

"Será fundamental que bancários e bancarias participem das atividades de mobilização através das redes sociais e recebam informações no site do Sindicato e da Contraf-CUT. A mesa única de negociação também será essencial para avançarmos nesta Campanha", conclui Adriana. 

No encontro foi eleita a delegação e aprovada as deliberações para a 22ª Conferência Nacional dos Bancários (dias 17, 18 e 19 de julho), que também será realizada por meio virtual para evitar aglomerações em função da pandemia. 

Domingo é o Encontro da Caixa

Na manhã deste domingo será a vez dos empregados da Caixa Econômica Federal realizarem o seu Encontro Estadual. 

As deliberações aprovadas no encontro serão levadas para a 36º Conferência Nacional dos Empregados da Caixa (Conecef), marcado para os dias 10 e 11 de julho e que também será viabilizado por meio digital. 

Entre as principais bandeiras de luta dos empregados estão a luta contra a privatização e manutenção do banco 100% público, o combate aos ataques da direção da empresa e do governo federal aos direitos e conquistas dos trabalhadores, condições de trabalho e demandas do Saúde Caixa e da Funcef, fundo de pensão dos funcionários do banco.

Medidas e cumprimento dos protocolos de prevenção ao Covid-19 também estarão na pauta. 

 

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