Sexta, 21 Fevereiro 2020 14:15
PROTEÇÃO ÀS BANCÁRIAS

Sindicato e Contraf-CUT conquistam canal de atendimento às mulheres vítimas de violência

O Dia Internacional da Mulher é 8 de março, mas os sindicatos lutam todos os dias pelos direitos das bancárias. Após as  entidades sindicais e o Comando Nacional dos Bancários cobrarem, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) aceitou, em mesa de negociação na última quarta-feira, 19, criar canais de atendimento às mulheres vítimas de violência. No encontro, os bancos apresentaram o resultado parcial do Censo da Diversidade 2019.
“Apesar dos dados apresentados ainda não estarem completos já deu para verificar que as desigualdades ainda são gritantes nos locais de trabalho do setor bancário, especialmente em relação à discriminação às mulheres e mais ainda contra as negras, que sofrem duplo preconceito, por gênero e raça”, explica o secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, Almir Aguiar, que participou da mesa de negociação.
Sociedade machista
O projeto do canal de atendimento de combate à violência contra as mulheres foi apresentado pelas entidades sindicais em março de 2019 e é uma das principais bandeiras de luta do Coletivo Nacional das Mulheres da Contraf-CUT. Na avaliação da presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio Adriana Nalesso, a intolerância e o machismo ganharam força no Brasil em função do avanço das forças políticas reacionárias do país. Disse ainda que é preciso proteger a mulher da violência doméstica e nos locais de trabalho.
“Este canal de atendimento é um instrumento importante de combate à violência contra a mulher. Precisamos avançar ainda mais na mesa de Igualdade de Oportunidades. O mercado de trabalho, e nos bancos não é diferente, é extremante discriminatório em relação à mulheres, negros e homossexuais”, destaca.
O movimento sindical sempre defendeu uma política preventiva de proteção à mulher contra toda a forma de violência e o mesmo tratamento dado aos homens nos locais de trabalho para que elas sejam também respeitadas.
“Este canal de atendimento às mulheres nos bancos é mais um instrumento no combate ao feminicídio que tem números assustadores em nosso país”, destaca a diretora de Políticas Sociais do Sindicato do Rio, Kátia Branco.
O Sindicato defende que bancárias que sofrem violência doméstica tenham toda a assistência psicológica e apoio, que sejam liberadas ou tenham horários flexíveis sem penalidades, caso haja necessidade, devido as agressões recebidas, alteração temporária das responsabilidades do trabalho, assistência jurídica e a garantia da segurança pessoal. 

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