Segunda, 18 Novembro 2019 18:55

A desigualdade no Brasil tem cor

Em 2018, a extrema pobreza atingiu nível recorde e a desigualdade também cresceu no Brasil. Negros são 78% dentre os mais pobres do país
Negros representam 78% da população mais pobre do Brasil. Não dá para esconder o racismo na sociedade brasileira Negros representam 78% da população mais pobre do Brasil. Não dá para esconder o racismo na sociedade brasileira

Segundo números do IBGE, o Brasil tinha 13,5 milhões de pessoas na extrema pobreza em 2018, 6,5% da população, o maior nível desde 2012. Esse número é equivalente à população de Bolívia, Bélgica, Cuba, Grécia ou Portugal. São 4,5 milhões de brasileiros a mais na miséria do que havia em 2014.
O critério do Banco Mundial, referência internacional, considera na extrema pobreza quem tem renda mensal per capita inferior a US$ 1,90 por dia. O Brasil tem ainda 52,5 milhões na chamada linha da pobreza, vivendo com menos de R$ 420 per capita por mês. O grau de desigualdade, que havia sido reduzido até 2015, voltou a crescer e também é recorde.
Riqueza branca
O estudo mostra também que no ano passado pretos e pardos – classificação usada pelo instituto – correspondiam a dois terços (66%) dos chamados subocupados por insuficiência de horas – quem trabalha menos de 40 horas semanais e gostaria de trabalhar mais, a maioria vivendo de bico, no mercado informal. Homens brancos ganham 74% a mais do que os negros e 27% a mais que as mulheres no Brasil. Pretos e pardos representam 78% dos mais pobres.
A diretora de Políticas Sociais do Sindicato, Kátia Branco, lembra que a política de corte de investimentos públicos do atual governo irá agravar o problema.
“Quando as pessoas da base da pirâmide social, em sua grande maioria pretos e pardos, não têm acesso a programas sociais e a serviços públicos essenciais, a tendência é crescer a miséria e os mais atingidos são negros e especialmente mulheres negras”, disse a sindicalista.
Feijoada em dezembro
Para marcar o Dia da Consciência Negra (20/11), o Sindicato vai promover a tradicional e deliciosa feijoada no dia 6 de dezembro (sexta-feira), no Sindicato dos Professores do Rio (Sinpro), Rua Manaí, 180, Campo Grande, na Zona Oeste da cidade, antiga subsede do Sindicato dos Bancários. O preço é R$30, mas bancários sindicalizados pagam metade: R$15.

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